Em 2020, o mundo parou, a pandemia causada pelo novo Coronavírus nos obrigou a desacelerar e nos isolar.
Famílias perderam entes queridos, seus empregos, empresas fecharam suas portas. Passamos por um ano super turbulento, estivemos diante de uma das maiores crises sanitária e financeira da história.
Vimos a bolsa, no mês de março, cair mais de 45% e acionar 6 vezes o circuit breaker, diante da preocupação dos investidores com o avanço da doença no Brasil e no mundo.
Já em dezembro, diante das notícias sobre os resultados da vacina, vimos a bolsa encerrar o ano no positivo, tendo uma valorização de 2,92%. A mais rápida recuperação da história.
Diante desse cenário, o que esperar desse ano que se inicia.
Onde Investir em 2021?
O novo recomeço?
O ano de 2021 começou com a bolsa batendo recorde, com o início da vacinação em alguns países desenvolvidos.
Apesar disso, o cenário exige cautela, visto que alguns países decretaram, novamente, Lockdown e a vacinação vai demorar um pouco a chegar em todos os lugares.
No Brasil , precisamos ficar de olho no risco fiscal e na agenda de reforma.
Seguiremos com cenário de juros baixo e a previsão é que iremos encerrar o ano com a Selic em 3%, exigindo que o investidor corra um pouco de risco, se quiser rentabilizar melhor os investimentos.
Enxergamos que ainda será um ano difícil e como esse cenário é difícil de prevê, é necessário que o investidor respeite seu perfil de risco e diversifique seus investimentos.
No gráfico abaixo, elaborado pela XP, podemos observar quais ativos se beneficiam, levando em consideração a vacina e a agenda de reforma.
Fonte: XP Investimentos
A diversificação
Renda Fixa
Em relação a taxa de Juros, o mercado acredita que não ficaremos por muito tempo com a taxa Selic em 2%. Nos últimos meses, sentimos uma alta na inflação, além do risco fiscal.
Por conta disso, acredita-se na alta da Selic, a partir do segundo semestre desse ano. De acordo com o boletim Focus da última semana, a Selic irá fechar o ano em 3,5%. Já a XP espera uma Selic de 3%.
Fonte: XP Investimentos
Apesar de uma leve alta na Selic, o cenário continua sendo de juros baixo, se compararmos com a inflação, o ganho real nos ativos de renda fixa é muito baixo ou nulo.
Por conta disso, é importante ter em sua carteira ativos de renda Fixa indexados à Inflação, a fim de garantir o seu poder de compra , além de ativos pós fixado para acompanhar a alta da Selic.
Renda Variável
Ações
Apesar do 5º ano consecutivo fechando no positivo, da rápida recuperação e do aumento do número de CPF’S na bolsa em 2020, os analistas seguem cautelosos por conta do coronavírus.
Segundo um levantamento feito pela Infomoney com 12 casas de análises, a projeção para o Ibovespa, em 2021 oscila entre 120 e 140 mil pontos.
Fonte: Infomoney
Já as ações mais recomendadas, entre 11 corretoras, são dos setores de comodities e financeira.
Para Carolina Ujikawa, da Mauá Capital, uma retomada da economia global, em meio à vacinação das populações, deve aumentar a procura por commodities como minério de ferro, aço e celulose, beneficiando as companhias produtoras.
Fonte: Infomoney
Fundos Imobiliários
Apesar de não ter recuperado as perdas em 2020 e ter fechado com rentabilidade negativa de 10,2%, o mercado vê um cenário positivo para o IFIX em 2021, por conta dos juros baixos e da vacinação, trazendo normalidade a todos os setores.
Apesar disso, em levantamento feito pela infomoney com algumas casas de análise, dos 5 fundos mais indicados para o mês de janeiro, 3 são do setor de logística, setor que foi mais defensivo na crise e evitou que a queda fosse maior.
Fonte: Infomoney
Investimentos Internacionais
Diante dos juros baixos e do burburinho político, uma forma de diminuir a exposição no risco Brasil é diversificando os investimentos em ativos internacionais.
O PIB do Brasil representa apenas 2% do PIB mundial, já em relação ao mercado acionário global, a bolsa brasileira representa apenas 1%.
Além disso, através dessa diversificação, o investidor pode ter acesso a empresas globais de segmentos pouco explorado no Brasil, como o de tecnologia e proteger a carteira, devido a baixa correlação com os ativos brasileiros.
Conclusão
Como podemos observar, esse ano segue exigindo uma certa cautela, o coronavírus e o risco fiscal vão continuar gerando incertezas na economia.
Diante desse cenário, o importante é respeitar o seu perfil e diversificar os investimentos e a medida que esses assuntos forem ficando mais claro, fazer os devidos reajustes na carteira.
Texto por Helaine Meneses (Assessora Real Invest)